“Floresta Segura” é um projeto desenvolvido a nível nacional, desde 2012, pela Escola Nacional de Bombeiros (ENB) com o apoio do grupo Portucel Soporcel e que tem como objetivo central: reduzir o número de ignições com origem em fogueiras ou queimas de sobrantes agrícolas. Uma meta bastante pertinente considerando que mais de metade dos incêndios florestais em Portugal resulta de atos de negligência.
Este programa é composto por ações de sensibilização e de promoção de boas práticas em que se ensinam os princípios básicos de prevenção e como utilizar o fogo para efetuar uma queima legal e segura.
Um Projeto maior do que números
As ações têm atingido as metas de adesão com uma média de 30 participantes. São números bons e importantes se for atingido o objetivo implícito em todos os pormenores do “Projeto Floresta Segura”: proporcionar uma verdadeira mudança de atitude. Não só na adoção de boas práticas nas queimas mas também na articulação entre quem utiliza o fogo e quem tem por missão, a proteção ou gestão da floresta: os corpos de bombeiros, a GNR, as câmaras municipais, juntas de freguesia, proprietários florestais, entre outras entidades locais. Como? Despertando a consciência de que, em conjunto, podem ser uma parte importante da solução para o problema dos incêndios florestais.
Esta é a principal razão de ser da Floresta Segura, e a cumprir-se, terá sido dado um contributo decisivo na redução do número de ignições que - independentemente das suas consequências diretas - afetam meios de combate para ataque inicial e influenciam a capacidade de resposta dos bombeiros.
As ações de sensibilização
Cada ação é composta por duas sessões - uma em sala e outra no terreno – em que se privilegia a transmissão verbal de conhecimentos e a aplicação de exemplos práticos.
Em sala, os conteúdos são adaptados às causas e motivações que estão na origem de ignições e incêndios registados na respetiva localidade. Para isso, a ENB conta com o contributo do gabinete técnico florestal de cada município e da Guarda Nacional Republicana (GNR) que também aborda questões relacionadas com a legislação.
No terreno, demonstram-se as técnicas corretas para a realização de queimas em segurança. Para suportar esta informação é distribuído, a todos os participantes, um folheto cuidadosamente desenvolvido de forma a ilustrar os conhecimentos e passos mais importantes: contactos a realizar previamente, cuidados gerais e de segurança, como efetuar e finalizar a queima, e a diferença entre queimas e queimadas.
A edição de 2012 (Projeto-Piloto)
A primeira edição da “Floresta Segura” decorreu, entre maio e dezembro, em nove municípios de diferentes tipologias de incêndio: Alenquer, Góis, Gondomar, Lousã, Mafra, Paredes, Torres Vedras, Valongo e Vila Nova de Poiares.
Os resultados alcançados foram bastante positivos. Foram claras as vantagens do projeto para os participantes – agricultores e residentes em espaços rurais - que puderam assim esclarecer dúvidas e saber como fazer uma queima legal e segura. As entidades locais – autarquias, bombeiros, entre outras – também aproveitaram a oportunidade para alertar diretamente as populações para a problemática dos incêndios florestais na sua localidade.
A edição de 2014
Em 2014, o projeto concretizou-se em quinze ações de sensibilização distribuídas, entre os meses de março e maio, pelos municípios de Rio Maior, Paredes e S. Pedro do Sul.
As primeiras ações realizaram-se em pleno Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (concelho de Rio Maior), uma área da responsabilidade do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) que, desde o início, se associou a esta iniciativa. Já em abril, o Projeto chegou a S. Pedro do Sul - um município selecionado pelo aumento, verificado em 2013, de ignições por ações negligentes. Na primeira semana de maio, repetiram-se as ações em Paredes como forma de verificação dos resultados obtidos em 2012 durante a fase piloto da “Floresta Segura”.
A edição de 2015
O programa “Floresta Segura 2015” desenrolou-se a partir de abril nos concelhos de Azambuja, Paredes e Monchique, Cartaxo e Odemira.
Em 2015, a “Floresta Segura” realizou-se em articulação com a iniciativa “Dá a Mão à Floresta”, uma ação de Responsabilidade Social e Ambiental que o grupo Portucel Soporcel desenvolve pelo 5º ano consecutivo com o objetivo de sensibilizar para a importância de cuidar da floresta e valorizar os produtos de base florestal, onde está inserido o papel, como forma de promover o bem-estar das populações e contribuir para o desenvolvimento sustentável do nosso País.
No âmbito da iniciativa “Dá a Mão à Floresta”, dinamizada em estreita parceria com as autarquias locais, são oferecidas milhares de plantas florestais e ornamentais provenientes dos viveiros do Grupo, entre as quais, pinheiros mansos, eucaliptos, sobreiros, carvalhos, azinheiras, alfazemas, alecrins e medronheiros, acompanhadas de folhetos sobre as espécies e cuidados a ter na sua plantação. São também dinamizadas atividades de educação ambiental com crianças do pré-escolar e 1º ciclo sobre as temáticas da proteção florestal e do ciclo sustentável do papel.
Um modelo à disposição de todas as autarquias
A “Floresta Segura” não está limitada aos municípios onde decorrem as ações. Qualquer autarquia pode, em parceria com o corpo de bombeiros local e outras entidades, sensibilizar a sua comunidade com recurso aos materiais desenvolvidos pela ENB e que se encontram disponíveis no seu sítio (Multimédia).
Algumas câmaras municipais já demonstraram interesse nesta reprodução mas são esperadas muitas mais. Porque é de extrema importância alertar as populações para a questão vital de que mais de metade dos incêndios florestais em Portugal resulta da prática de atos negligentes. Torna-se, por isso, imperioso sensibilizar os residentes das zonas florestais, de forma pedagógica e tecnicamente correta, para a necessidade de adotarem boas práticas que conduzam à prevenção de incêndios e à diminuição do número de ignições.
Apoios
O “Projeto Floresta Segura” que a ENB desenvolve com o apoio do grupo Portucel Soporcel conta com os seguintes apoios institucionais:
• Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF)
• Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC)
• Guarda Nacional Republicana (GNR)
• Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE)
• Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).
São entidades que se uniram para dar um contributo na prevenção de incêndios florestais, preservação do património natural e segurança das populações.